Meu delicioso e melancólico mundo particular.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Mar azul nos olhos de ressaca...

Enquanto o mundo exige precisão e firmeza, ele não exige nada além dela mesma.
Por mais que a vida insista em dureza, um sorriso terno incentiva a permitir-se ser amada.
Nas estranhas entranhas da penumbra dos sentimentos novos, eis que consegue encontrar, tão logo,
Aquele que veio ao som de uma linda ópera: fortaleza alva de portas azuis, portas para a alma,
Alma cheia de luz. No toque calejado das mãos do trabalho, carinhos macios e mimos prateados.
Ela, emaranhada e arranhada das quedas da vida, com a oferta certa e certeira se cativa,
Como se ele já soubesse, antes mesmo que ela saiba, do que precisa e do que lhe faltava.
E quando o sobreviver era mais que viver, e a rotina se resumia em esgotá-la,
O descanso veio do mar azul profundo, contrastando com seus olhos de ressaca.
Não lhe digo que está rendida, orgulhosa e ainda ferida, segue com suas lanças e armadilhas,
Amazona escaldada, protegida na carapaça, feita de  restos de peles de amores já não vivos.
Ao mesmo tempo que afasta, pede insistentemente que se aproxime, que mime, que faça.
E mesmo que amar possa parecer uma batalha, para ela, machucando, ferindo, sangrando,
Que mesmo assim também ele tenha seu escudo, escudo que o proteja das adagas desta menina,
Pois no fundo o que lhe precisa é exatamente o contrário do que ela quer:
Lugar macio e seguro, onde saiba que, na imensidão do mar, possa dar pé.

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