Meu delicioso e melancólico mundo particular.

domingo, 25 de maio de 2014

Unravel (Bjork)



While you are away
My heart comes undone
Slowly unravels
In a ball of yarn
The devil collects it
With a grin
Our love in a ball of yarn

He'll never return it
So when you come back
We'll have to make new love

He'll never return it
So when you come back
We'll have to make new love

Enquanto você está longe
Meu coração se desfaz
Lentamente desfia
Em uma bola de fios
O diabo a pega
Com sorriso grande
Nosso amor em uma bola de fios

Ele nunca devolverá
Então, quando você voltar
Teremos que fazer um novo amor

Ele nunca devolverá
Então, quando você voltar
Teremos que fazer um novo amor

Triste.

Sabe o que é triste? É que a cada dia que eu passo sem você, menos eu preciso ter você.
Se a cada dia que passe eu sobrevivo, se sou capaz de trabalhar e rir de piadas, e viver, e me alimentar e fazer minhas coisas... então eu sou capaz de fazer isso todos os dias. Com ou sem você.
Veja: neste caso você se torna um acessório dispensável, algo que me é supérfluo e não exatamente necessário como antes eu pensei ser.
Esta mudança de pensamento desencadeia um monte de outras mudanças, não em mim, mas em como eu LHE enxergo, em como eu preciso de VOCÊ... ou não.
E se eu não preciso, ter pra quê?
Tenho uma regra com as minhas coisas: se não as uso em um período de 6 meses eu as dou a alguém que vá usar. Se por acaso guardar algo por um ano quando me lembro eu jogo fora... se eu não usei em um ano é, definitivamente, muito inútil.
Vale a mesma coisa para as pessoas, mas não na mesma escala de tempo.
Pessoas são mais necessárias assim como mais descartáveis. Pessoas me fazem falta, assim como deixam de fazer. Seu tempo é indeterminado... posso ficar anos sem falar com você e nutrir uma amizade linda, mas posso ficar 2 dias sem notícias e te deletar do meu coração.
Você está arriscando demais, está me tratando mal demais, eu não sou de suportar essas coisas muito tempo, 
​não deixe que a vida nos leve para longe um do outro, assim, sem nem tentar​
.
Sim, o que quer que seja que eu sinta por você já diminuiu... sim, estou bem menos empolgada e sim, estou decepcionada com a simplicidade e o comodismo com os quais você
​ está nos tratando​
.
Mas sim, ainda amo você e sim, dá para reverter.
Só espero que consigamos pois a sua falta ainda me machuca profundamente e eu não quero te machucar e, assim, permanecer me machucando.
 

sábado, 17 de maio de 2014

Solidão

Nunca pensei que fosse tão difícil viver assim, longe dele.
É como se um membro importante tivesse sido arrancado, covardemente amputado, do meu corpo. É físico. Eu, que sempre fui completa em mim mesma, mesmo amando, mesmo apaixonada, sempre fui suficiente em minha vida. Hoje me pego sofrendo, rastejando por um amor improvável e distante. Estou acostumada a amar, eu sempre amei muito, mas acima de tudo sempre amei a mim mesma. Agora, é como se eu fosse ele, ou como se ele fosse eu... já não sei mais onde acabam as minhas entranhas e onde começam as dele, já não sei mais, quando penso em algo, se sou eu quem está pensando ou se é um pensamento dele que está na minha cabeça. Sofrido, amargo, o gosto da distância. Outras bocas já não me satisfazem, outros corpos já não me despertam desejo, outras mentes não me despertam a curiosidade, só ele preenche o vazio de tudo o que eu não preciso, mas quero.
Acho que isso é doença, e pelo diagnóstico eu devo estar em estado terminal. Não é possível que possa aumentar mais do que isso... porém foi exatamente isso o que pensei ontem, e aumentou.
Uma mistura doida de vaidade, de não querer assumir o que sinto, e de, ao mesmo tempo, me entregar como uma serva, servindo ao senhor, meu dono. É isso: MEU DONO! Eu me embrulhei para presente e estou implorando que ele me aceite, que me tome, que me leve. Eu não decido mais por mim, deixo que ele faça comigo o que quiser! Que ele não saiba, que ele nunca desconfie, mas é só ele me dar uma ordem, que eu vou me deliciar em cumprir. Não resisto a nenhuma investida deste homem, meu homem, meu dono.
Eu deveria me sentir envergonhada por me sentir assim, mas essa submissão me dá uma alegria tão grande. Só de saber que ele me quer, que me aceita, já me sinto feliz, como se eu tivesse , mesmo, nascido só para ser a mulher dele. Mulherzinha, fragilizada.
Mas, não estou dizendo que é uma via de mão única, me causa profundo incômodo pensar que ele pode estar com outra neste momento. Ao mesmo tempo eu sei, tenho certeza, que nenhuma jamais o servirá como eu... porque ele é parte de mim e só eu sei como se faz o que nós fazemos.
Possessiva, sim. Possessiva que dá posse, que ele tome posse e que ponha para correr qualquer outro macho que queira me tomar dele. Possessiva, sim, a única fêmea que povoe a mente deste homem: EU!
Não sei onde isso vai parar, não sei o que vamos enfrentar, só sei que estou disposta a lutar por ele. Jamais tive vontade de lutar por ninguém, além de mim mesma. Mas como eu disse... já deixei de saber onde termino eu e ele começa, então que eu lute por nós, egoísta, que eu lute por mim.





Gabriella Lopes.