Meu delicioso e melancólico mundo particular.

sábado, 17 de maio de 2014

Solidão

Nunca pensei que fosse tão difícil viver assim, longe dele.
É como se um membro importante tivesse sido arrancado, covardemente amputado, do meu corpo. É físico. Eu, que sempre fui completa em mim mesma, mesmo amando, mesmo apaixonada, sempre fui suficiente em minha vida. Hoje me pego sofrendo, rastejando por um amor improvável e distante. Estou acostumada a amar, eu sempre amei muito, mas acima de tudo sempre amei a mim mesma. Agora, é como se eu fosse ele, ou como se ele fosse eu... já não sei mais onde acabam as minhas entranhas e onde começam as dele, já não sei mais, quando penso em algo, se sou eu quem está pensando ou se é um pensamento dele que está na minha cabeça. Sofrido, amargo, o gosto da distância. Outras bocas já não me satisfazem, outros corpos já não me despertam desejo, outras mentes não me despertam a curiosidade, só ele preenche o vazio de tudo o que eu não preciso, mas quero.
Acho que isso é doença, e pelo diagnóstico eu devo estar em estado terminal. Não é possível que possa aumentar mais do que isso... porém foi exatamente isso o que pensei ontem, e aumentou.
Uma mistura doida de vaidade, de não querer assumir o que sinto, e de, ao mesmo tempo, me entregar como uma serva, servindo ao senhor, meu dono. É isso: MEU DONO! Eu me embrulhei para presente e estou implorando que ele me aceite, que me tome, que me leve. Eu não decido mais por mim, deixo que ele faça comigo o que quiser! Que ele não saiba, que ele nunca desconfie, mas é só ele me dar uma ordem, que eu vou me deliciar em cumprir. Não resisto a nenhuma investida deste homem, meu homem, meu dono.
Eu deveria me sentir envergonhada por me sentir assim, mas essa submissão me dá uma alegria tão grande. Só de saber que ele me quer, que me aceita, já me sinto feliz, como se eu tivesse , mesmo, nascido só para ser a mulher dele. Mulherzinha, fragilizada.
Mas, não estou dizendo que é uma via de mão única, me causa profundo incômodo pensar que ele pode estar com outra neste momento. Ao mesmo tempo eu sei, tenho certeza, que nenhuma jamais o servirá como eu... porque ele é parte de mim e só eu sei como se faz o que nós fazemos.
Possessiva, sim. Possessiva que dá posse, que ele tome posse e que ponha para correr qualquer outro macho que queira me tomar dele. Possessiva, sim, a única fêmea que povoe a mente deste homem: EU!
Não sei onde isso vai parar, não sei o que vamos enfrentar, só sei que estou disposta a lutar por ele. Jamais tive vontade de lutar por ninguém, além de mim mesma. Mas como eu disse... já deixei de saber onde termino eu e ele começa, então que eu lute por nós, egoísta, que eu lute por mim.





Gabriella Lopes.

Um comentário:

  1. Apesar de estarmos em situações bem diferentes, me identifiquei muito com o teu texto. Ultimamente tenho me sentindo tão insegura...
    Enfim, te compreendo, te amo e sei que você irá se reerguer mesmo que demore, mesmo que seja sem ele.
    Bju Bebita! :*

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