Meu delicioso e melancólico mundo particular.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Por você

Tantas coisas já passaram dentro e fora de mim,
Tantos sonhos mal formados que nunca chegaram a existir.
Por ti houve muita mudança, tudo saiu do lugar para que tu coubesses.
Por ti eu esqueço de mim e me abro mão para te alcançar, te tocar, te abraçar... E finalmente envolver meus braços de correntes ao teu redor e nunca mais te deixar ir.
Por ti não nasci de novo, mas me renovei. Respirei ares jamais imaginados e larguei vícios que achei que nem fossem mais vícios de tão entranhados que já estavam na minha carne. Larguei parte de mim por ti para aguentar te carregar o tempo todo.
Tu és uma bola de ferro acorrentada aos meus pés, uma bola de ferro que eu mesma me dei e joguei a chave da libertação fora.
Hoje em dia acostumei andar contigo, cambaleio muitas vezes mas prossigo forte te levando comigo onde quer que eu vá.
Por ti abri mão de outas nuvens, de outro mel, de outros regalos. Aceito teus regalos de bom grado, mesmo que com eles venha também o machucado dolorido da distância. Por ti aceitei doses homeopáticas, coisa que jamais fiz por ninguém.
O que é pouco nunca encheu os meus olhos, mas mesmo o pouco que tu me dá faz sempre tanto bem.
Por ti eu sou só tua, veja que grande ironia agora: eu me prendi a ti e te fiz necessário em minha vida, me desaprendi a viver sem ser contigo agarrado aos meus pés, controlo meus passos para não cair contigo ou não deixar que me derrubes e aí eu decido, sem a menor chance de libertação minha, que é hora de partir e te deixar livre;
Seja livre, minha bola de ferro, seja livre para fazer o que bem entender!
E que eu te carregue como um peso, que eu nunca me liberte de ti.

















Gabriella Lopes.

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