Meu delicioso e melancólico mundo particular.
quinta-feira, 23 de janeiro de 2014
terça-feira, 21 de janeiro de 2014
,Confusa
[Voz calma, introdução] Não sei bem até que ponto estamos pensando com sensatez...
[Um minuto de silêncio, reflexão]
[Turbilão de pensamentos, dando nó nas idéias, mãos trêmulas]
[,Confusão]
Eu não sou a pessoa mais pé no chão do mundo
[Pausa]
E, eu não sei, não sei de nada,
, eu sonho muito.
Tento viver os meus sonhos
Tento viver os meus sonhos
, mesmo a maioria deles sendo loucura.
Não dá para vivê-los
, todos, sempre, e eu sei disso.
Sei que eu insisto, mas
, no fundo, eu sei o que dá e o que não dá
Para o meu pé se firmar
, ou minha mão alcançar.
E eu
, de repente
, acho que
, talvez, não é certeza (nada em mim é certeza)
,
Nós não estejamos ao alcance um do outro.
E
, talvez
, as coisas fiquem ruins...
E
, talvez
, não seja
(mos) suficiente
(s)...
E
, talvez
, acabemos (no
Não dá para vivê-los
, todos, sempre, e eu sei disso.
Sei que eu insisto, mas
, no fundo, eu sei o que dá e o que não dá
Para o meu pé se firmar
, ou minha mão alcançar.
E eu
, de repente
, acho que
, talvez, não é certeza (nada em mim é certeza)
,
Nós não estejamos ao alcance um do outro.
E
, talvez
, as coisas fiquem ruins...
E
, talvez
, não seja
(mos) suficiente
(s)...
E
, talvez
, acabemos (no
s) machucando.
[Pausa]
Não sei até que ponto vale tanto esforço, e falo de ambos, não só de mim.
Gostaria de saber o quão forte é este nosso elo
de cumplicidade,
Sera que é forte o suficiente para nos prender?
E, se for,
Gostaria de saber o quão forte é este nosso elo
de cumplicidade,
Sera que é forte o suficiente para nos prender?
E, se for,
isso o torna corrente, prisão?
E, eu não sei, não sei de nada,
mas tenho uma certeza que me martela o pensamento:
[Silêncio]
Tampouco sabe você.
[Fim]
...
Ontem eu estava suja.
Ontem eu vagava pelas ruas, louca,
Achava que todos me amavam por minha beleza.
Ontem eu era feliz só por ser eu.
Era popular e cheia de amigos,que eu só via quando o sol se punha.
Andei por tantos lugares que conheço a cidade como a sola do meu pé.
Ah, a sola do meu pé conhece tudo por aqui.
Ontem eu passava três, quatro, cinco noites em claro.
A minha semana só tinha dois dias pois o dia só virava quando eu dormia.
E quando eu acordava, tudo estava tão mal: eu não tinha mais amigos, eu não era a mais bonita, eu não tinha apego a nada. Como eu rezava, para a noite chegar logo. Eu sempre esperava pela noite e ela não me decepcionava nunca.
Mais um dia de três-dias-de-dia-e-noite chegava e os amigos voltavam e a alegria voltava.
Mas, quando era noite-dia-hora-de-dormir, eu me sentia tão só, tão dependente, tão suja.
Ontem eu estava suja, mesmo, andava por aí sem eira nenhuma e beirava a calamidade.
Meia calça rasgada, dignidade puída, maquiagem borrada e um babaca qualquer só para não ficar sozinha.
Ontem eu vomitei nos meus próprios pés, eu caí de joelhos por não conseguir mais andar. Louca, entorpecida, tudo ontem.
Foi uma delícia, eu era a "Rainha da praça".
Rainha louca, louca, bêbada, rouca, não tinha quem não me amasse, quando a noite caía. Eu era a dona da noite! Mas nenhum deles nunca me viu no dia, destruída, acabada, suja de alma e suja de corpo no dia-noite-hora-de-dormir.
Ontem eu cansei.
Cansei de me sujar por nada, cansei da dignidade quase completamente destruída, cansei de mim.
Ontem eu resolvi que não seria rainha de mais nada, não me despedi de ninguém, ontem eu só sumi.
Hoje eu sou limpa.
Hoje eu escrevo novas histórias, histórias vindas da minha cabeça ou do rivotril, não sei bem a diferença.
Hoje a noite é noite, ou pelo menos metade dela...
E o dia é dia, depois de meio-dia o sol sempre nasce novamente só para mim.
Nasce com o abrir da minha janela, nasce depois que eu dou um sorriso e olho a claridade.
Nasce em mim, quando eu vejo as nuvens brancas que eu não via ha tanto tempo... ou talvez eu visse e não reparasse nelas.
Hoje eu sou linda de verdade: meia calça inteira e maquiagem no lugar.
Hoje eu descobri que posso ser rainha para muitos com as minhas palavras, hoje eu reino em várias mentes e sei bem como se faz.
Virei 'madona' e encantamento, de sombra, virei fada... de fada, viro ninfa quando a noite cai.
Hoje eu sou limpa, hoje as pessoas ao meu redor mudaram.
Hoje meus amigos estão comigo de dia, de noite, de tarde, de madrugada!
Hoje eu sei o que é sentir o vento nos meus cabelos sem cair ajoelhada.
Meus sapatos são limpos e se mantêm limpos quando estou de volta em casa.
Hoje minha roupa é bem cuidada, passada, hoje eu sei a diferença que isso faz.
Hoje eu não sou outra pessoa. Algumas pessoas pensam que eu sou, mas eu sou a mesma.
Não tenho testemunhas que me confirmem, pois quem esteve comigo de noite não quer me acompanhar de dia. Então, hoje não tem nada e nem ninguem que saiba onde eu estive a não ser eu mesma.
Não há registros, não há fotos, não há fatos, não há nada.
Hoje sou a mesma pessoa, mas minha meia calça é diferente.
Hoje eu penso as mesmas coisas, mas penso quando eu quero e não quando vou dormir, apenas.
Hoje eu sou eu por completo, o lado sujo e o limpo, os dois de mãos dadas convivendo em paz e enlouquecendo quando querem.
quinta-feira, 16 de janeiro de 2014
Eu e você
A primeira noite.
E só de pensar naquela barba roçando no meu pescoço,
Meus pelos se arrepiam pelo corpo inteiro.
Completamente tomada, embriagada com o teu cheiro.
Na lembrança eu guardo aquele primeiro olhar,
Ainda acho que o feitiço foi lançado ali.
No instante em que te vi eu sabia, não resistiria a ti.
Suas costas largas, sua pele encardida, de cheiro forte.
Colado no suor dos meus seios, ofegante.
Quanto mais a manhã se aproximava, menos dormíamos.
Cada segundo contado com angústia, nós sabíamos.
E entre pernas, braços e membros fizemos nosso casulo
Que durou o tempo de sobra de uma noite inteira de amor.
Por um último instante éramos um só, como sempre.
Até o último segundo antes de partir, de repente.
Enquanto minhas pernas te envolviam o tronco,
E tuas mãos me envolviam os braços,
Na tua boca um sussurro, num tom abafado:
"Promete voltar assim que der, anjo?
Promete estar do meu lado?"
E naquele instante, um beijo, para cortar o que foi dito errado.
Dentro de mim eu já sabia, para sempre te amaria...
Mas jamais te teria ao meu lado.
Gabriella Lopes
Meus pelos se arrepiam pelo corpo inteiro.
Completamente tomada, embriagada com o teu cheiro.
Na lembrança eu guardo aquele primeiro olhar,
Ainda acho que o feitiço foi lançado ali.
No instante em que te vi eu sabia, não resistiria a ti.
Suas costas largas, sua pele encardida, de cheiro forte.
Colado no suor dos meus seios, ofegante.
Quanto mais a manhã se aproximava, menos dormíamos.
Cada segundo contado com angústia, nós sabíamos.
E entre pernas, braços e membros fizemos nosso casulo
Que durou o tempo de sobra de uma noite inteira de amor.
Por um último instante éramos um só, como sempre.
Até o último segundo antes de partir, de repente.
Enquanto minhas pernas te envolviam o tronco,
E tuas mãos me envolviam os braços,
Na tua boca um sussurro, num tom abafado:
"Promete voltar assim que der, anjo?
Promete estar do meu lado?"
E naquele instante, um beijo, para cortar o que foi dito errado.
Dentro de mim eu já sabia, para sempre te amaria...
Mas jamais te teria ao meu lado.
Gabriella Lopes
Platônico...
É tão estranho pensar em ti como algo tão próximo, quando sei que és, para mim, algo tão distante. Quem já se apaixonou pela lua, ou por alguma estrela no céu, vai entender do que estou falando. Vejo aquele brilho imenso, vejo reluzir, fico cega com tanta beleza, mesmo que de muito longe. Sabe quando, na noite escura, vemos uma estrela cadente e ela subitamente nos enfeitiça? Pois é isto o que sinto, mas não apenas por um vão instante, é como se fosses uma estrela cadente em câmera lenta. Te exibes para eu poder admirar.
Acho que não quero perder minha estrela brilhante e tão distante. Acho que gosto de manter-me afastada. Sabes que de longe te enxergo muito melhor, enxergo toda a grandeza que, de perto, muitos ignoram.
Não consigo evitar a vontade louca de tocar em ti, mas te confesso que não tenho intenção de te manter perto por muito tempo.
É estranho pensar que perderei o motivo para escrever minhas baboseiras platônicas. Acabei me apegando e te ver e desejar de longe, e tenho medo de não saber o que fazer quando perto estiver.
Acho que devo ser algo do tipo, também, para ti.
Prefiro estar jogada na imensidão do mundo. Na distância em que me encontro não pertenço a ninguém. Igualmente proporcional, ninguém pertence a mim. Sou do universo, sou de um todo. Sou minha. E quero que assim continue: mantenha-te longe de mim, mas perto o bastante para que eu não tire mais as minhas mãos de ti.
Acho que não quero perder minha estrela brilhante e tão distante. Acho que gosto de manter-me afastada. Sabes que de longe te enxergo muito melhor, enxergo toda a grandeza que, de perto, muitos ignoram.
Não consigo evitar a vontade louca de tocar em ti, mas te confesso que não tenho intenção de te manter perto por muito tempo.
É estranho pensar que perderei o motivo para escrever minhas baboseiras platônicas. Acabei me apegando e te ver e desejar de longe, e tenho medo de não saber o que fazer quando perto estiver.
Acho que devo ser algo do tipo, também, para ti.
Prefiro estar jogada na imensidão do mundo. Na distância em que me encontro não pertenço a ninguém. Igualmente proporcional, ninguém pertence a mim. Sou do universo, sou de um todo. Sou minha. E quero que assim continue: mantenha-te longe de mim, mas perto o bastante para que eu não tire mais as minhas mãos de ti.
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