Meu delicioso e melancólico mundo particular.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Me Queira.

E nunca se esqueça: queira por completo.
Com a tua pele, com o teu cheiro, tuas mãos, tua boca, teus olhos, tua barba mal feita a me arranhar o pescoço me arrancando suspiros e arrepios de desejo.
Me queira com teu sorriso, com tua voz melosa, com teus braços, tuas pernas, me queira entrelaçada a ti.
Me queira com teus carinhos, com teu fogo, com teu cuidado, com tua brutalidade, com tua complexidade pois ser simples me causa tédio.
Me olhe com o teu olhar mais brilhante, com teu coração palpitante, com uma verdadeira vontade de mim.
Peça que eu fique, me diga o quanto sou importante e quão sofrido é viver sem mim.
Me diga a verdade, seja limpo de maldades, seja homem, me tome, seja sujo, me suje de ti.
Mas acima de tudo se tenha pra mim como algo absoluto, sem dúvidas, sem reclamações, sem perder as forças.
Me pegue, me obrigue a continuar,
Me devore...
Me ame.

Eu


Ar de menina, de garota levada, moleca meio desajeitada ainda aprendendo o "B - A - BÁ" de se viver.
Sobrevive flutuando, segue a vida sonhando e pensando que um dia todos os seus desejos irão acontecer.
Ela poderia ser a filha mais agraciada, a neta mais paparicada ou a sobrinha mais mimada, mas decidiu se abster.
Foi pra muito longe um dia, uma mala cheia e outra vazia, pensando no que traria quando voltasse.
A vida é engraçada, prega peças complicadas, nos leva a trilhas erradas até acharmos nosso caminho novamente.
O caminho dela nem ela mesma sabia, mas muito longe a levaria... Tão longe que o horizonte não alcança, tão longe que a vista não vê.


Hoje em dia ela segue apressada, dá passos duplos nas escadas tentando alcançar o topo mais rápido, ainda na esperança de voltar.
Voltar para onde? Voltar para quê? Um lado grita, se retorce de agonia cada vez que ela pensa em retroceder.
Voltar para onde vim, lembrar quem sou e quem me ama, viver. O outro lado chora, encolhido sem nada fazer.
A vida é uma roda louca, se você não pegar o impulso ela te juga para fora sem você nem perceber. Comigo não. Jamais vai acontecer.


Uma dualidade estranha, como dois cérebros habitando uma só cabeça, e o coração ainda insistindo em se meter.
O esquerdo e o direito, irmãos gêmeos diferentes, cada um querendo ser independente sem nunca poder se emancipar do outro.
É isso.
Uma menina indefesa com alma pura e cristalina e uma fera voraz que devora quem se arriscar em seu caminho.
Uma mulher resolvida, uma adolescente indecisa, em um corpo cheio de feridas saradas, marcas do que já passou.
Um corpo imaculado todo manchado, puro e sem pecados. Mas que já muito pecou.
Se vai, se fica, se aproveita ou desiste. A decisão já foi tomada. Por maioria de votos da platéia lúcida alucinada que vive dentro de mim.


Eu aqui ficarei, eu aqui já estou.


Gabriella Lopes

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Tu

Tu, que te perguntas o que eu sinto por ti... te desaponto, menino,
pois apenas uma resposta nunca haverá.
O que eu sinto é delírio só de lembrar das tuas mãos passeando por mim
e acariciando todo o meu
corpo.
É a dormência nos meus lábios depois de cada beijo.
É a moleza nos meus músculos que me deixa sem movimento algum,
absolutamente indefesa às tuas investidas repentinas -naquela cama,
naquele quarto que dormes todos os dias e que guarda nele teu mundo,
teu cheiro, e também agora um traço de mim.
É o arrepio de lembrar dos teus
dedos, das tuas mãos me pegando com força e puxando meu cabelo
enquanto minha língua brincava de te provocar, enquanto minha boca era
completa de ti.
É o calor que sinto em meu ventre, me deixando sem ar, quando me
provocas só por brincar.
É a palpitação no meu peito ao sentir teu hálito e tua voz ao meu
ouvido. É o conforto e a
sensação de estar num porto seguro ao deitar no teu peito, envolvida
pelos teus braços.
É o desejo incontrolável que o mantem vivo em minha alma e presente em
meus pensamentos todas as noites.
É não conseguir dizer não, é um sim que tu já deixaste tatuado em
mim.
É algo de pele, de toque.
É o meu lado mais doce e ao mesmo tempo o mais animal.
É um sentimento tão inocente, que
alimenta todas as minhas mais secretas malícias.
















Gabriella Lopes.

Por você

Tantas coisas já passaram dentro e fora de mim,
Tantos sonhos mal formados que nunca chegaram a existir.
Por ti houve muita mudança, tudo saiu do lugar para que tu coubesses.
Por ti eu esqueço de mim e me abro mão para te alcançar, te tocar, te abraçar... E finalmente envolver meus braços de correntes ao teu redor e nunca mais te deixar ir.
Por ti não nasci de novo, mas me renovei. Respirei ares jamais imaginados e larguei vícios que achei que nem fossem mais vícios de tão entranhados que já estavam na minha carne. Larguei parte de mim por ti para aguentar te carregar o tempo todo.
Tu és uma bola de ferro acorrentada aos meus pés, uma bola de ferro que eu mesma me dei e joguei a chave da libertação fora.
Hoje em dia acostumei andar contigo, cambaleio muitas vezes mas prossigo forte te levando comigo onde quer que eu vá.
Por ti abri mão de outas nuvens, de outro mel, de outros regalos. Aceito teus regalos de bom grado, mesmo que com eles venha também o machucado dolorido da distância. Por ti aceitei doses homeopáticas, coisa que jamais fiz por ninguém.
O que é pouco nunca encheu os meus olhos, mas mesmo o pouco que tu me dá faz sempre tanto bem.
Por ti eu sou só tua, veja que grande ironia agora: eu me prendi a ti e te fiz necessário em minha vida, me desaprendi a viver sem ser contigo agarrado aos meus pés, controlo meus passos para não cair contigo ou não deixar que me derrubes e aí eu decido, sem a menor chance de libertação minha, que é hora de partir e te deixar livre;
Seja livre, minha bola de ferro, seja livre para fazer o que bem entender!
E que eu te carregue como um peso, que eu nunca me liberte de ti.

















Gabriella Lopes.

Ter



Eu sempre quero o que não tenho, me fascino pelo que nunca tive e me
derreto pelo que jamais terei.
Eu não me contento com o pouco que me é dado e eu sempre vou querer mais.
Contra todos os traços do destino, que me deu tudo o que me deu, eu jogo
tudo para o alto e eu sempre quero mais,
não precisa ser melhor, na verdade nem sempre é, só precisa ser novo e
inesperado, só precisa não ser eu.
Eu quero justamente o que ninguém me dá... e o que ninguém me dá parece ter
o sabor mais refinado.
Minha boca fala o que não quer falar para conseguir o que não tem, para que
eu tenha um minuto de prazer tendo o que quero, mesmo que depois eu não vá
querer mais pois assim é com as coisas que tenho.
Se tu me desses o que eu quero eu já não mais pertenceria a ti, pois de
certo tudo o que possas me dar qualquer outro pode, mas de fato justamente
o que não me dá é justamente o que eu quero e nenhum outro poderá jamais me
oferecer, além de tu.
Com esse jogo de dá e toma me tens nas as mãos, meu desejo, minha boca,
minha mente, consegues consumir tudo pra ti mesmo.
Tens tudo o que queres e heis nossa conta-mão: Eu te dou tudo, tudo o que
queres, eu te dou sem reservas e sem precisar de nenhuma formalidade. Eu me
dou e eu sou, te sou e me dou. Eu sou tua.
O que mais poderias querer? Não há mais nada que eu não entregue a ti, o
que mais falta?
Eu sei que precisas de mim e que sem tudo que te dou não serás nada. Mas e
o que eu quero, quando vais dar para mim?
Sabes que se me deres será o nosso fim, será por isso que me negas tanto o
que eu tanto quero?
Me negue o quanto quiser, seja ruim comigo... sabes que gosto da tua
maldade.
Mas cuidado. Se me negas e eu quero, se me negas e eu sei que posso ter,
terei. Com ou sem ti.
Aprendes a me negar e aprendes mais ainda que sou tua, mas que sou minha
também.
Sou tua criança, me ensina a ser como tu. Me mostra o mundo. Mas não se
esqueça:
Criança mimada não se contenta em não ter, criança mimada vai lá e pega.
A ti meu eu por inteiro, a mim teu pior lado pela metade.


Gabriella Lopes.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Relatividade...



Tudo o que eu tenho não é real.
Realeza não pertence à vida que eu andei levando.
"Realidade é relativa" eu ouvi uma vez em um filme,
É verdade, especialmente quando se encara as luzes da cidade
Às 3 da manhã e nem se sabe o caminho de casa.

O homem que eu quero nunca existiu,
Mas a "realidade é relativa", então eu sigo procurando
Não é que todos sejas ruins... só não são a peça que me falta.

Ouvindo "If I die young" no volume máximo dentro de mim,
Do lado de fora do meu fone a vida segue em paz
"There's a boy here in town says he'll love me forever"
E eu o imagino, eu confundo o meu sonho com ele,
Confundo a música com ele... e ele vai embora tão rápido sempre.


O homem que eu quero ainda não existe,
Mas a "realidade continua sendo relativa", então eu sigo tentando.
Não é que eu não tenha tentado o bastante, talvez eu não queira mesmo.

As ruas parecem sempre mais agradáveis à noite,
Será que sou só eu que sente um cheiro diferente no ar quando o sol se põe?
"Você é a mulher que sempre sonhei ter" só que faltou o complemento
"Sempre sonhei ter esta noite e nada mais" certo, encantado?
"Desculpa, mas você não é quem eu sempre sonhei ter. Nem mesmo só esta noite"

O homem que eu quero não existirá,
Mas eu não ligo se a realidade é relativa pois ainda não sou a mulher que ele sempre quis.
Não é que eu pense em mudar, é só que acho que mudança é inevitável mesmo.

E eu sigo andando, e eu sigo procurado.
Mas não me preocupo muito se vou encontrar ou não, ao menos me divirto.
As luzes da cidade parecem muito mais divertidas às 3 da manhã.
O caminho da mesma casa é sempre uma aventura nova.
E a realidade continua sendo relativa, especialmente sexta à noite.

Gabriella Lopes.

Louca

Você diz que meu cheiro é bom.
Passeia sua respiração pelo meu pescoço
"Flor" você me chama, 
"Flor de perfume doce" docemente me diz.

Mas eu não quero ser somente boa para o seu olfato,
Quero ser a melhor de todas, a que mais queira cheirar.

Você diz que meu beijo é bom.
Abre a boca e me morde, me lambe os lábios
"Mel" você me chama,
"Lábios doces como mel" entre beijos balbucia.

Não apenas ser o beijo bom que beijas com vontade,
Quero ser a boca única que te dá o mel que quiser, só eu.

Você diz que minha língua é boa.
Me olha, me encara, você não tira os olhos de mim
"Feiticeira" você me chama
"Me enlouqueça, feiticeira"  me ordena com voz firme.

Língua minha só tua, olhos teus só meus,
Me olhe brincar contigo e olhe apenas pra mim, nenhuma outra.

Você diz que meu cabelo é bom.
Segura forte e me puxa pelos cabelos para perto de si
"Linda" você me chama
"Te quero, minha linda" surrurra pra mim.

Linda sua com cabelos negros como a noite,
A única linda da sua vida, a única dona dos teus elogios.

Você me chama de louca.
Me pega pelos braços e fala com uma certa cólera
"Louca!" você me grita
"Me enlouquece, brinca comigo" reclama de mim.

Louca sua, louca porque te enlouqueci,
Mas nós sabemos que quem é louco é você, você louco por mim.



























Gabriella Lopes



Te desconheço.

Nós fomos muito rápido.
Nem tudo na vida tem que ser acelerado assim,
Ainda mais quando nossa cabeça não acompanha o mesmo ritmo.

Nós fomos muito intensos.

Não existe corrente intensa o bastante em rio raso,
Sem corrente, sem rumo, sem água, estávamos secos e nem vimos.

Nós sonhamos de mais.

Travesseiros e lençóis eram nosso abrigo seguro,
Confidências, fantasias, ali eu era rainha e você era rei até a hora de partirmos.

Nós mentimos para nós mesmos.

Prometemos ser eterno, chamamos de "pra sempre",
Mas no fundo tanto você quanto eu sabia que nada daquilo iria longe o bastante.

Nós sentimos muito, lamentamos.

Quando acabou foi tão rápido quanto o começo,
5 minutos de lágrimas e o desapego, viramos a esquina e não nos conhecíamos mais.

Gabriella Lopes.


sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Right here in my arms

He's smiling like heaven is down on earth... The sun is shining so bright on her face, and all her wishes have finally come true. And her heart is weeping. This happiness is killing him. He'll be right here in my arms... So in Love. He'll be right here in these arms, he can't let go. So hard she's trying, but her heart won't turn to stone...oh no She keeps on crying, but I won't leave her alone. She'll never be alone. He'll be right here in my arms, so in Love. He'll be right here in these arms, he can't let go. (Yes, like the music from HIM...).










Gabriella Lopes.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Que a vida me carregue... pois eu cansei de correr sozinha.


A cabeça humana é uma coisa engraçada, achamos que mandamos, achamos sempre que controlamos nossas vidas, temos a plena certeza de que estamos onde escolhemos e que somos absolutamente donos do caminho que traçamos. Depende. Na verdade, parando para pensar na minha vida, esta semana eu vi que nada do que vivi de melhor foi premeditado, pensado ou racional. Não é segredo que sou uma filha de Poseidon e Vênus: inconstante, rebelde, do contra, como a maré; amorosa, amante da beleza e da paixão, sinuosa como um gato quando quer carinho. Se é para me achar, nunca pegue a linha reta, escolha o labirinto. É mais ou menos por lá que eu estou.

Pois heis que em uma dessas curvas me esbarro no inesperado novamente. Cheguei à conclusão que minha vida é feita de surpresas, boas e ruins. Não que eu não tenha meus planos, ao contrário, sempre tenho muitos (e sonhos também) mas a cada tropeço que dou eles de desmancham e outros se criam, e se desmancham de novo na nova curva.

Digo com propriedade que nunca concretizei nenhum dos meus planos por completo. Será que isso é muito ruim?

Ainda não sei onde quero chegar, o que quero construir ou quem eu realmente quero ser... eu só vivo! Se existem anjos estou certa que sou uma de suas queridinhas, pois há de ter algo além de mim mesma me guiando nesses acertos e erros.

Andei preocupada com o andar dos últimos acontecimentos, mas aí cheguei a essa conclusão que acabei de apresentar: nunca tive planos concretos, nunca fiz nada planejado, nunca nem me preocupei em fazer, por que eu começaria agora? Logo agora que as surpresas estão tão boas!

Pois é... como já disse o Zeca Pagodinho (olha que essas menções vindo de mim são raras, então siga a dica!) "Deixa a vida me levar... Vida, leva eu!"

É exatamente isso o que eu sempre fiz, só que agora farei consciente de que estou fora do meu próprio controle.




Gabriella Lopes.