A mente humana é algo incrível.
Milhões de ligações e nervos e impulsos elétricos que de alguma forma mágica criam imagens, sensações, lembranças e sonhos... Tudo em um espaço de menos de 10 cm cúbicos.A mente humana é tão incrível que nos faz questionar até que ponto a realidade é real ou se estamos fantasiando, criando algo vindo dessa eletricidade louca que nos cruza os miolos sem dó nenhuma das consequências (ou será que é só comigo?)
Eu sou a Rainha da realidade inventada, dos amores de uma semana, criados só para divertir, das expectativas eufóricas por motivo nenhum, das risadas inadequadas e dos olhares criados simplesmente para encantar. Eu sou a suprema Rainha da invenção que eu crio, dentro da minha cabeça, mas algumas vezes pessoas loucas (ou simplesmente desavisadas) acabam caindo no "país das maravilhas" da teia das minhas idéias. O único problema é que assim como eu crio, eu descrio, assim como eu construo, eu derrubo tudo sem prévio aviso, sem sentido algum.
Como pode alguém, ainda nos dias de hoje, com tanta informação trocada e tantas formas de isolamento pessoal disponíveis no mercado, achar graça em cair na teia das minhas loucuras? Será possível que estou assim tão poderosa?
Só sei que a minha primeira vítima sou sempre eu mesma. E quanto mas eu tento escapar de mim, mais eu me grudo nas minhas próprias fantasias e viro vítima indefesa das loucuras que crio.
Cuidado comigo... cuidado, seu moço. Eu não mordo, mas as feridas que eu abro são dolorosas e profundas, não é a primeira vez que vejo isso acontecer e te digo: cuidado comigo!
Eu não sou má, não faço de propósito. É tudo sem querer, acredite. Eu mesma também me machuco, saio completamente destruída a cada vez.
Então tenha cuidado em dobro, cuidado contigo e cuidado comigo, nos proteja do
meu veneno e dos meus olhares, nos afaste das minhas teias.
Na verdade, eu não sei se já estamos nos envolvendo ou se estamos prestes a cair na cilada. Se já estivermos pisado em falso, já era. Pode dar adeus a seus planos, eu sempre vou destruir tudo e construir tudo novo só para te deixar desabar no final... E acabo me desabando junto.
Me esquece! Me expulsa! Me ignora antes que seja tarde. Eu vou bagunçar tudo na sua casa se você me deixar entrar.
Mas, caso eu já tenha entrado, neste específico caso, me acolha, me acomode no teu braço, alise meus cabelos e me ponha para dormir, me amanse. Me mantenha calma e por perto e, por favor, não me obrigue a nos destruir.
Mais uma madrugada produtiva, palavras sem nexo, mais realidade inventada.
Como é que alguém me aguenta?
Não tenho jeito mesmo.... sempre faço tudo outra vez.
Chega de filosofia boba por hoje.